12 novembro, 2013

Ah!... O abraço...




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Vem de lá e me da aquele abraço... 
Ah! o abraço apertado, cheio de sentimentos, de calor, de ternura, de carinho, de saudade...
Sentir o nosso coração ao mesmo tempo que o de alguém a quem damos um abraço faz-nos de tal maneira bem à saúde, traz-nos uma tal paz, que até existe uma forma de tratamento chamada Terapia do Abraço.
Um bom abraço ajuda-nos a sentir as muitas dimensões do amor: a facilidade para receber e dar, a sensibilidade para o sofrimento, a disponibilidade para a alegria de se divertir e a profundidade da ternura.
Abraçar alguém é como dizer-lhe: 
"Olha, aqui estou para o que quiseres, de coraçãoaberto para ti". 
O que implica aceitar ser rejeitado. 
Mal interpretado. 
Correr esse risco.
No entanto, só se a atitude interior, o pano de fundo a partir do qual nos relacionamos com os outros, for de lhes estender os braços e de os tocar, poderemos descobrir o valor da partilha.
Não são só as pessoas solitárias, infelizes, inseguras, que precisam ser abraçadas. 
Abraçar bem dá-nos saúde. 
Mas não se trata de abraços sociais, de conveniência, em que duas pessoas se tocam apenas por fora – portanto não se tocam -, nem de abraços de dois amantes apaixonados que um ao outro se agarram.
São abraços que acontecem porque saem cá de dentro sem que os travemos. 
Como expressão de um amor incondicional que nos habita – e de que não temos medo, porque o olhamos como algo que verdadeiramente nos liberta.
A intimidade que um abraço sincero oferece é a da compreensão. 
Da atenção. 
Da solidariedade. 
Da amizade que existe para lá da exaltação dos sentidos, apenas por ter a consistência daquilo que brota do fundo de nós mesmos e que se mantém quer faça sol quer chova.
Abraços são uma espécie de foguetes capazes de fazer despertar moribundos ou fazer levantar da cama preguiçosos. 
Explosões de vida. 
Há quem goste de os dar para reafirmar um vínculo de amizade ou qualquer outro sentimento. 
E são uma das melhores festas gratuitas a que toda a gente tem acesso. 
São abraços do fundo do coração, frequentes entre duas pessoas que, por nada pedirem uma à outra, de cada vez que se encontram recebem sempre muito – e apenas por isso são levadas
 a celebrá-lo.
Quando um coração se abre para outro coração, há quase sempre uma qualquer maravilha que pode acontecer em um abraço. Uma festa de sentimentos, ou uma sensação de paz possível, ou de explosão, ou de um terremoto, que neste mundo cheio de guerras em que vivemos se faz mais necessário mais e mais um abraço... Ah! e ai... Me dá um abraço?!...



Como se mede uma pessoa?...

Como se mede uma pessoa








“Os tamanhos variam conforme
o grau de desenvolvimento:
Ela é grande pra você quando
 fala do que leu e viveu, quando
 trata você com carinho e 
respeito, quando olha nos olhos
 e seu sorriso é destravado.
É pequena pra você quando só
 pensa em si mesma, quando
 se comporta de uma maneira
 pouco gentil, quando
 fracassa justamente no 
momento em que teria que
 demonstrar o que há de mais
 importante entre duas pessoas:
 "a amizade".
Uma pessoa é gigante pra você
 quando se interessa pela sua
 vida, quando busca alternativas
 para o seu crescimento, quando
 sonha junto. É pequena 
quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando
 perdoa, quando compreende,
 quando se coloca no lugar do
 outro, quando age não de
 acordo com o que esperam
 dela, mas de acordo com o que
 espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando
 se deixa reger por 
comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode
 aparentar grandeza ou miudeza
 dentro de um relacionamento,
 pode crescer ou decrescer num
 espaço de poucas semanas:
 ‘será ela que mudou ou será
 que o amor é traiçoeiro nas
 suas medições?’
Uma decepção pode diminuir
 o tamanho de um amor que 
parecia ser grande.Uma ausência
 pode aumentar o tamanho de um 
amor que parecia ser bem
 pequeno.
É difícil conviver com esta
 elasticidade: as pessoas se
 agigantam e se encolhem aos
 nossos olhos. Nosso julgamento
 é feito não através de
 centímetros e metros, mas
 de ações e reações, de 
expectativas e frustrações.
Uma pessoa é única ao 
estender a mão; ao
 recolhê-la, inesperadamente,
 se torna mais uma.
O egoísmo unifica os 
insignificantes.
Não é altura, nem o peso,
 nem os músculos que
 tornam uma pessoa grande.
 É a sua sensibilidade sem
 tamanho.

04 agosto, 2013

O frágil milagre da vida...





















Mais um ano que se vai, mais um verão, mais uma primavera, e todos aqueles percausos naturais da vida. 
Um dia chove, outro dia faz calor, um dia tem água, outro dia nem isso. Aquela gripe que chegou, a perda de uma pessoa querida, e as vezes um emaranhado de tudo isso junto. E a vida continua com mais desastres, alagamentos, prejuízos quilométricos e, o mais grave de tudo, muito mais vidas perdidas. 
E então veio uma sutil esperança de algo bom com a visita do Papa. A Fé renovada. Mas também nunca houve tantos governantes corruptos, o povo acordando de uma anestesia com as passeatas, cobrando todo um prejuízo incalculável para a população que anseia por mudanças positivas no nosso cotidiano. E toda essa tragédia desfilada aos nossos olhos pela TV me faz pensar, mais angustiadamente, na nossa vulnerabilidade. 
Não se morre só de câncer ou cólera, infarto do miocárdio ou meningite. Cada dia mais vale a máxima que eu sempre ouvi das minha mãe - "pra morrer, basta estar vivo". E você pode estar em casa, sentindo-se abrigado, protegido, a salvo. Nada. Não sei se levo muito a sério a outra máxima da minha mãe, a de que "quando chega a hora, não tem jeito", mas é terrível pensar que somos assim tão perecíveis, tão insignificantes, diante da enormidade e implacabilidade da natureza e dessa suposta "hora que chega". 
Pensei também no famoso título do Kundera, "A insustentável leveza do ser", já que embora o romance não trate necessariamente dessa fragilidade, os adjetivos "leve" e "insustentável" servem perfeitamente a esse sentimento. E o que eu mais penso agora, que há um sentimento crescendo dentro de mim, é que essa necessidade de proteção instintiva é, ao mesmo tempo, o céu e o inferno do fato de ser sermos protetores de quem amamos, pela nossa consciência de um olhar mais cuidadoso com os nossos filhos e pais. Só depois de um periodo de perdas, de amores que se foram, é que começamos a dar conta da veracidade de uma frase que antes parecia meio cafona: "a vida é um milagre". Mas por que tem que ser um milagre assim tão efêmero? No fundo, nós sempre soubemos dessa fragilidade, e que ela bate a porta de todos. Se um dia eu pudesse acabar com uma dor humana, eu cessaria a dor dos pais que perdem seus filhos. Não deve haver nenhuma pior, afinal, pra todas as outras tem morfina. 
Sei que esse texto tá pessimista demais pra um começo de ciclo, mas não é assim tão grave. Por mais inútil que nos pareça, principalmente diante de grandes catástrofes, vamos seguir tentando evitar o cigarro, as gorduras trans e o colesterol, vamos continuar trabalhando por mais conforto, habitações seguras e férias na praia, vamos fazer de tudo para que nossos filhos cresçam saudáveis e inteligentes, vamos nos solidarizar com as dores alheias de perto ou de longe, enfim vamos continuar lutando pela vida, por esse milagre tão fugaz, tão trivial e tão incrível que é nascer e continuar a estar vivo. 
Vamos dizer mais eu te amo, me desculpe, obrigado, bom dia, volte sempre, sinta-se em casa, vamos sorrir mais, vamos ter atitudes fraternas, em fim fazer da sua vida algo de bom que deixe na lembrança de quem fica, uma saudade enorme de boa, de brotar lágrimas nos olhos, de tão bom que foi estar entre pessoas que somaram em nossas vidas.