20 janeiro, 2009

UM ATO DE AMOR E FÉ....


=============================================================================================================================================================================================================================================================================================
Nosso querido amigo Mário há muito claudicava.
Doía-lhe um pé.
E como ele reclamava, pois ador não passava nunca.
Dr. Chaves, médico vizinho e amigo, já lhe ministrara medicamentos, sem, contudo, minorar seu sofrimento.
Tudo de pouca valia!
As dores persistiam, fazendo Mário manquitolar horrivelmente.
Os funcionários retornavam às suas casas servindo-se de uma charrete.
O veículo adentrava a cidade por uma rua onde se localizava, então, o meretrício.
Uma tarde, Mário e seus companheiros, ao passarem pelo "Biriba" - designação vulgar dada ao logradouro - foram abordados por uma das moças que habitavam o lugar.
E, dirigindo-se ao Mário, ela disse:
- Venha até a minha casa.
Preciso lhe falar.
Gracejos, motejos, risadas e comentários infelizes fizeram-se ouvir.
Mário desceu do carro com dificuldade, acompanhando a moça até a sua residência.
Todas as meretrizes que lá viviam receberam-no com profundo respeito, oferecendo-lhe uma cadeira, na qual Mário assentou-se.
A moça que o abordara trouxe uma pequena bacia com água limpa.
Humildemente, pediu-lhe permissão para descalçá-lo dos sapatos, colocando seu pé doente dentro da bacia.
Segurando raminhos de flores do campo, a moça rezou e todas as outras a acompanharam, contritas.
Ela molhava os raminhos e os batia, delicadamente, no pé de Mário, repetidamente, por várias vezes.
Em seguida, enxugou-o, beijou-o e o calçou novamente.
Dois dias depois, chorando de emoção, Mário contou-nos o que presenciara na casa de encontros.
Através de sua vidência, registrou que o líquido da bacia foi ficando escuro e lodoso, à medida que a mulher banhava-lhe o pé, fazendo com que a dor se esvaísse lentamente.
Para todos os presentes, a água manteve-se inalterada, límpida, nada mudara.
Mário nunca mais sentiu dor.
A pobre meretriz, no ato humilde, no gesto simples, na bacia insignificante e nos raminhos de mato, mais que nós outros, colocara em sua oração algo sublime e operador de maravilhas:
o AMOR!

=======================================

Nenhum comentário: