23 novembro, 2010

Sem etiqueta, sem preço.....

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Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer.
Eis que um sujeito desce em uma estação do metrô em Nova York, vestindo jeans, camiseta e boné.
Encosta-se próximo a entrada.
Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Mesmo assim, durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era JOSHUA BELL, um dos maiores violonistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dolares.
Alguns dias antes, BELL havia tocado no Synfony Hall de Boston, onde os melhores lugares custavam a bagatela de mil dolares.
A experiência no metrô, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.
A iniciativa lançada por um grande jornal era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão é de que estamos acostumados a dar valor as coisas, quando estão num contexto.
BELL no metrô, era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife.
Esse é mais um exemplo daquelas situações que acontecem em nossas vidas, que são únicas, singulares, e que não damos importância, porque não vem com etiqueta de preço.
Afinal o que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes?
É o que o mercado diz que podemos ter, sentir, vestir ou ser.
Será que os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia e pelas instituições que detêm o poder financeiro?
Será que não estamos valorizando somente aquilo que está com etiqueta de preço?
Uma empresa de cartões de crédito vem investido, há algum tempo, em propaganda onde, depois de mostrar vários intens, com seus respectivos preços, apresenta uma cena de afeto, de alegria e informa:" Não tem preço".
E é isso que precisamos aprender a valorizar. Aquilo que não tem preço, que não se compra.
Não se compra a amizade, o amor, a feição. Não se compra carinho, dedicação, abraços e beijos.
Não se compra raios de sol, nem gotas de chuva. Não se compra ouvir o vento passas sibilando pelo tronco oco de uma árvore....é grátis...
Não se compra o carinho de uma criança que corre ao nosso encontro ese pendura no nosso pescoço, isso não tem preço....
O abraço que ela dá em volta do pescoço não tem preço, não está a venda em nenhuma joalheria.
O calor que transmite dura o quanto durar a nossa lembrança.
O ar que repiramos, a brisa que embaraça nossos cabelos, o verde das árvores e o colorido das flores nos é dado por Deus, gratuítamente.
Pensemos nisso e aproveitemos mais tudo que está ao nosso alcance, sem preço, sem patente registrada, sem etiqueta de grife.
Usurfruamos mais dos momentos de ternura que os amores nos ofertam, intensamente, entendendo que sempre uma manifestação de afeto é unico, extraordinário e especial.
Fiquemos mais atentos ao que nos cerca, sendo gratos pelo que nos é ofertado, e sejamos felizes hoje, agora, já.... enquanto o dia nos sorri e o sol despeja luz em nossos corações, que buscam e buscam viver com toda a plenitude os momentos felizes de pessoas apaixonados pela vida...


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Um comentário:

Cristal/Darla disse...

Maravilhoso texto!
Como sempre...
Obrigada!
Beijos no coração.