11 janeiro, 2011

TUDO BEM NO ANO QUE VEM......

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Quase todas as pessoas já se renderam à tentação de, no começo de cada ano, refletir sobre a necessidade de as pessoas fazerem novos projectos e tomarem novas decisões para a próxima temporada – e, claro, também propor que seja feito um balanço do que foi ou não foi realizado no período passado, apesar de este também ter sido iniciado com um rol de promessas bem intencionadas.
Eu não sou excepção e, no passado, através de várias tenativas, fiz coro com muita gente boa: "Ano novo, vida nova!"

No entanto, decorridos tantos novos anos, fez-se luz e aprendi uma valiosa lição que me fez mudar o tom dessas minhas reflexões de início e fim de ano: não há porque elaborar uma bem intencionada lista de novas condutas e planos para vigorar a partir de 1 de Janeiro.
Sem essa frase “ano novo, vida nova”. Chega de “a partir do primeiro dia do novo ano, tudo vai ser diferente”.
Porque isso é o que basta para serem prorrogados todos os prazos das tradicionais promessas de iniciar dietas e ginástica, controlar a gula, diminuir o cigarrinho/uísquinho/cervejinha/chocolate, fazer aquela cirurgia, mudar de emprego, (des)casar, voltar à faculdade – sabe-se lá mais o quê.
Por uma razão muito simples e de uma obviedade encantadora: todos os dias são dias de vida nova, de novas ações e tomada de decisões, seja 17 de Março, 14 de Julho, 12 de Outubro – seja amanhã, hoje ou exatamente agora!
Para algumas pessoas, deixar para começar qualquer projeto ou adotar novos padrões de conduta no próximo ano, a partir de segunda-feira, “um dia destes” ou simplesmente “depois” acaba por ser uma maneira cômoda e fácil de adiar a necessidade de reconhecer e assumir uma mudança na vida – seja na esfera pessoal ou profissional.
Sabe-se que há duas coisas na vida cotidiana que têm o igual poder de inquietar e atemorizar a maioria das pessoas: "mudanças e tomada de decisão".
São coisas em geral tão difíceis de lidar que há uma montanha de cursos, seminários, livros e palestras continuamente disponíveis no mercado sobre esses dois assuntos.
E para complicar a situação, essa dupla terrível anda quase sempre junta. Uma vem logo antes ou logo depois da outra – quando não aparecem ao mesmo tempo.
Pense um pouco e veja se isso não é verdade.
Pois bem, essa história de “Ano novo, vida nova” tem um pouco de ambas. Quando dizemos “vida nova”, estão claras as implicações no que se refere às mudanças.
De acordo com o entendimento geral desta expressão, “vida nova” implica modificar os seus padrões de comportamento habituais, as suas expectativas – e às vezes até a sua filosofia de vida. E isso não é exatamente fácil.
Acontece que qualquer mudança que se pretenda adotar, seja em que contexto for, implicará quase sempre a tomada de várias decisões – como, por exemplo, romper com relações, hábitos, estruturas, contratos e tradições – pessoais ou profissionais.
O que também não costuma ser nada fácil.
Promover mudanças e tomar decisões não são coisas fáceis de fazer, repito, e por isso mesmo são tão valorizadas e admiradas as pessoas que sabem fazê-las com acerto, adequação, firmeza e coerência.
Agora voltemos ao “x” da questão motivadora desta reflexão e que vai contra essa história de “ano novo, vida nova”: as dificuldades inerentes às mudanças e tomadas de decisão não serão maiores nem menores, nem menos fáceis ou difíceis, em determinados dias do ano.
Tanto faz ser o começo, o meio ou o fim dos 365 dias.
O que conta mesmo é a energia interior ou qualquer outra expressão que se dê à palavra “determinação” – e ela está no interior de cada um de nós. Pode até ser de forma latente, mas está lá.
Cabe a cada indivíduo usar adequadamente essa energia para tomar as decisões e promover as mudanças que julgar necessárias para a sua evolução pessoal e profissional e a sua felicidade em geral.
Enfim, ao longo dos tempos, continuemos a abrir champanhes, a cantar e dançar na mudança dos anos, sob a luz e o rebentar dos fogos de artifício – em casa, na avenida, no clube ou na praia. Mas que o pretexto desse momento seja a oportunidade da festa, da alegria e da confraternização com amigos e familiares – mas nunca como sinal de largada para mudanças e decisões que definitivamente não dependem do calendário.



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