19 julho, 2008

LENDA INDIANA SOBRE A CRIAÇÃO DA MULHER...


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Diz a lenda que o Senhor, após criar o homem e não tendo nada sólido para construir a mulher, tomou um punhado de ingredientes delicados e contraditórios, tais como timidez e ousadia, ciúme e ternura, paixão e ódio, paciência e ansiedade, alegria e tristeza e assim fez a mulher e a entregou ao homem como sua companheira.
Após uma semana, o homem voltou e disse:
- Senhor, a criatura que você me deu faz a minha vida infeliz.
Ela fala sem parar e me atormenta de tal maneira que nem tenho tempo para descansar.
Ela insiste em que lhe dê atenção o dia inteiro e assim as minhas horas são desperdiçadas.
Ela chora por qualquer motivo e fica facilmente emburrada e, às vezes, muito tempo ociosa.
Vim devolvê-la porque não posso viver com ela.
Depois de uma semana o homem voltou ao Criador e disse:
- Senhor, minha vida é tão vazia desde que eu trouxe aquela criatura de volta.
Eu sempre penso nela, em como ela dançava e cantava, como era graciosa, como me olhava, como conversava comigo e como se achegava a mim.
Ela era agradável de se ver e de acariciar.
Eu gostava de ouvi-la rir.
Por favor, me dê ela de volta.
- Está bem, disse o Criador.
E a devolveu.
Mas, três dias depois, o homem voltou e disse:
- Senhor, eu não sei.
Eu não consigo explicar mas, depois de toda esta minha experiência com esta criatura, cheguei à conclusão que ela me causa mais problemas do que prazer. Peço-lhe, tomá-la de novo.
Não consigo viver com ela.
O Criador respondeu:
- Mas também não sabe viver sem ela.
E virou as costas para o homem e continuou seu trabalho.
O homem desesperado disse:
- Como é que eu vou fazer?
Não consigo viver com ela e não consigo viver sem ela.
E arremata o Criador:
- Achei que, com as tentativas, você já tivesse descoberto.
Amor é um sentimento a ser aprendido.
É tensão e satisfação.
É desejo e hostilidade.
É alegria e dor.
Um não existe sem o outro.
A felicidade é apenas uma parte integrante do amor. Isto é o que deve ser aprendido.
O sofrimento também pertence ao amor.
Este é o grande mistério do amor, a sua própria beleza é o seu próprio fardo.
Em todo o esforço que se realiza para o aprendizado do amor é preciso considerar sempre a doação e o sacrifício ao lado da satisfação e da alegria.
A pessoa terá sempre que abdicar de alguma coisa para possuir ou ganhar uma outra coisa.
Terá que desembolsar algo para obter um bem maior e melhor para sua felicidade.
É como plantar uma árvore frente a uma janela...
Ganha sombra, mas perde uma parte da paisagem.
Troca o silêncio pelo gorjeio da passarada ao amanhecer.
É preciso considerar tudo isto quando nos dispomos a enfrentar o aprendizado do AMOR.

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