11 julho, 2008

A MATEMÁTICA DAS EMOÇÕES...


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Há dias em que as emoções, como livros empilhados ao acaso, caem das prateleiras da alma.
Parece ser necessário, em alguns momentos, deixar ruir pontes, caminhos sólidos, para que possamos nos devolver a nós mesmos.
É preciso que nos miremos em nossos tantos espelhos, deparando-nos com imagens que nem sempre compreendemos, ainda que elas se façam nítidas e ofereçam-nos todas as cores que nossos olhares pensam conhecer.
Não há caminho mais longo que aquele que fazemos em busca de melhor nos sabermos.
Lidarmos com nossas imperfeições, expectativas nem sempre alcançadas, anseios mais íntimos e também com a superfície que mostramos ao mundo, faz com que nos deparemos com o inusitado, com o surpreendente.
A matemática das emoções nem sempre é perfeita, nem nos oferece o resultado mais óbvio.
Na vida, por vezes, fazemos o caminho mais longo que nos distancia de nós mesmos e da realização dos nossos sonhos.
Acumulamos desejos e adiamos decisões, postergando-nos para um tempo, que não sabemos se nos caberá.
Seguimos armazenando quinquilharias na nossa alma, tolhendo-nos a oportunidade de vivenciarmos outras emoções ou de aperfeiçoarmos sentimentos já existentes.
E o estocar do que já não nos faz sorrir, atrasa o nosso encontro com a felicidade. Travamos muitas guerras dentro de nós mesmos.
O mundo tem menos paz, também por isto!
Basta que nos lembremos de como somos econômicos em nossa afetividade, seja na sua expressão ou no seu recebimento.
Tentemos pensar nos abraços que contivemos por orgulho, nos silêncios que alimentaram nosso egoísmo, quando sabíamos que a nossa palavra poderia ser carícia aos olhares de alguém.
Pensemos nos duelos que travamos com os nossos sonhos, fazendo-os adormecerem, porque os nossos olhos desacreditam em construí-los à luz do dia, dando-lhes cores e asas... pensemos nos medos que fazemos habitar em nosso coração, quando ele quer apenas amar e, nós o bombardeamos com os mísseis dos senões, das hesitações, simplesmente, porque de outras vezes, em que nos permitimos a entrega, houve dor.
Existem muitas bandeiras brancas que dependem da nossa capacidade de amar para serem hasteadas, porque como já dizia a atriz americana Katherine Hepburn:
Amar não tem nada a ver com o que você espera receber, mas só com o que você espera dar".

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