29 março, 2008

Ninguém merece ser sozinho .......


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É no encontro com o outro que o eu se afirma e se constrói existencialmente
O seu coração sabe disso, porque certamente já experimentou o amargo sabor da solidão.
É no encontro com o outro que o eu se afirma e se constrói existencialmente.
O outro é o espelho onde o eu se solidifica, se preenche, se encontra e se fortalece para ser o que é.
O processo contrário também é verdadeiro, pois nem sempre as pessoas se encontram a partir desta responsabilidade que deveria perpassar as relações humanas.
Você, em sua pouca idade, vive um dos momentos mais belos da vida.
Você está experimentando o ponto alto dos relacionamentos humanos, porque a juventude nos possibilita ensaiar o futuro no exercício do presente.
Já me explico.
Tudo o que você vive hoje será muito importante e determinante para a sua forma de ser amanhã.
Neste momento da vida, você tem a possibilidade de estabelecer vínculos muito diversificados. Família, amigos, grupos de objetivos diversos, namorados e namoradas.
Principalmente esses últimos, que não são poucos.
Namora-se muito nos dias de hoje, porque as relações humanas estão cada vez mais instáveis e, por isso, menos duradouras.
Parece que o amor eterno está em crise.
Que o seu amor não seja único!

Quando paramos para pensar um pouco, chegamos à conclusão de que o problema está justamente na forma como estabelecemos os nossos relacionamentos.
O grande problema é que geralmente investimos todas as nossas cartas naquela pessoa nova que chegou.
Ela passa a centralizar a nossa vida, consumindo nosso tempo, nossos afetos, nossos pensamentos e nossas energias.
Tudo passa a convergir para ela e, com isso, vamos reduzindo o nosso círculo de relações.
O outro vai tomando tanto nossa atenção que, aos poucos, até mesmo a família vai sendo esquecida.
Porém, quando esquecemos de cultivar estes vínculos que até então faziam parte de nós, vamos criando lacunas afetivas dentro do nosso coração.
É nesse momento que a confusão acontece, pois todas as necessidades começam a ser preenchidas pela pessoa enamorada.
Com o passar do tempo, ela começa a carregar um fardo muito pesado, pois passou a exercer a função de pai, mãe, irmão e amigo, quando na verdade ela é apenas um namorado, ou namorada.

Cada forma de amor no seu lugar!

Essa relação começará ser muito pesada para ambos.
Será fortemente marcada pela dependência, pelas cobranças e pelo ciúme.
Ambos passam a viver uma insegurança muito grande, pois nunca sabem ao certo o papel que exercem na vida um do outro.
O amor deixa de ser amor e passa a ser sentimento de posse, como se o outro fosse uma propriedade adquirida, pronta para atender todos nossos desejos.
Quando o coração humano identifica esse sentimento de posse, ele tende a se esconder de si mesmo e, conseqüentemente, dos outros.
Teme que alguém venha quebrar o encanto, mostrando que não existe nenhuma história de amor e que ambos viraram sapos.
E, o pior, acorrentados.
Mas a mudança é sempre possível.
Só é preciso que sejamos honestos.
Se por acaso você se identificou com esta possessiva e conturbada forma de amar, vale à pena buscar uma ajuda.
Comece a canalizar melhor os seus afetos.
Não os direcione a uma única pessoa.
Tenha amigos, cultive-os.
Redescubra sua casa, seus pais, seus irmãos, mesmo que existam problemas entre vocês.

Deixe aflorar os afetos que ficaram adormecidos dentro de você.

Não coloque sobre a pessoa que você diz amar a responsabilidade de ser o centro do seu mundo, nem se sinta deixado de lado o dia em que ela disser que não vai lhe ver, porque precisa ficar com a família.
É que existem momentos que o colo da mãe é muito mais necessário do que o seu.
É duro de ouvir isso?
Pois é, muito mais duro é não compreender!

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